terça-feira, 3 de maio de 2016

BENEFÍCIOS DA ESCOLA INCLUSIVA


Segundo um trecho da famosa Declaração de Salamanca,







“os jovens com necessidades educacionais especiais devem receber ajuda para fazer uma eficaz transição da escola para a vida adulta produtiva. As escolas devem ajudá-los a se tornarem economicamente ativos e prover-lhes as habilidades necessárias no dia-a-dia, oferecendo treinamento em habilidades que respondam às demandas sociais e de comunicação e às expectativas da vida adulta. (…) Estas atividades devem ser executadas com a participação ativa de conselheiros profissionais, agências de colocação, sindicatos, autoridades locais e diferentes serviços e entidades interessadas”.

 

 

 

 

CARACTERÍSTICAS E BENEFÍCIOS DA ESCOLA INCLUSIVA


Como já dito, não basta simplesmente colocar um aluno com algum tipo de deficiência em uma classe normal e pronto: está feita a inclusão! É preciso que a Escola Inclusiva passe por adaptações de grande porte (de responsabilidade exclusivas dos órgãos federais, estaduais e municipais) e de pequeno porte, cabendo aos professores especializarem para saber como transmitir ensinamentos para esses alunos especiais. Assim, as principais características das Escolas Inclusivas precisam ser:
1 – um direcionamento para a munidade: na escola inclusiva o processo educativo é entendido como um processo social, em que todas as crianças com de necessidades especiais e de distúrbios de aprendizagem têm direito à escolarização a mais próxima possível do normal. O alvo a ser alcançado é a inclusão da criança com deficiência na comunidade;
2 – vanguarda: uma escola inclusiva é uma escola líder em relação às demais. Ela se apresenta como a vanguarda de processo educacional. Seu objetivo maior é fazer com que a escola atue por meio de todos seus escalões para possibilitar a integração das crianças que dela fazer parte;
3 – altos padrões: há em relação às escolas inclusivas altas expectativas do desempenho por parte de todas as crianças envolvidas. O objetivo é fazer com que as crianças atinjam seu potencial máximo. O processo deverá ser dosado de acordo com as necessidades de cada criança;
4 – colaboração e cooperação: há um privilegiamento das relações sociais entre os participantes da escola, tendo em vista a criação de uma rede de autoajuda;
5 – mudança de papéis e responsabilidades: a escola inclusiva muda os papéis tradicionais dos professores e da equipe técnica da escola. Os professores se tornam mais próximos dos alunos quando percebem suas maiores dificuldades. O suporte ao professor de classe comum é essencial para o bom andamento do processo de ensino-aprendizagem;
6 – estabelecimento de uma infra-estrutura de serviços: gradativamente a escola inclusiva irá criando uma rede de suporte para separação das suas maiores dificuldades. A escola inclusiva é uma escola integrada à sua comunidade;
7 – parceria com os pais: os pais são parceiros essenciais no processo de inclusão de criança na escola;
8 – ambientes educacionais flexíveis: os ambientes educacionais têm de visar ao processo de ensino-aprendizagem do aluno;
9 – estratégias baseadas em pesquisas: as modificações na escola deverão ser introduzidas a partir das discussões com a equipe técnica, os alunos, pais e professores;
10 – estabelecimento de novas formas de avaliação: os critérios antigos deverão ser mudados para atender às necessidades dos alunos portadores de deficiência;
11 – acesso: o acesso físico à escola deverá ser facilitado aos indivíduos portadores de deficiência;
12 – continuidade no desenvolvimento profissional da equipe técnica: os participantes da escola inclusiva deverão procurar dar continuidade aos seus estudos, aprofundando-os.

BENEFÍCIOS
Quais os benefícios da educação inclusiva para todos os estudantes, segundo o Programa da ONU em Deficiências Severas, publicado em 1994:
Para os estudantes com deficiência:
Ø Desenvolvem a apreciação pela diversidade individual;
Ø Adquirem experiência direta com a variação natural das capacidades humanas;
Ø Demonstram crescente responsabilidade e melhorada aprendizagem através do ensino entre os alunos;
Ø Estão melhor preparados para a vida adulta em uma sociedade diversificada através da educação em salas de aula diversificadas:
Ø Frequentemente experimentam apoio acadêmico adicional da parte do pessoal da educação especial;
Ø Podem participar como aprendizes sob condições instrucionais diversificadas (aprendizado cooperativo, uso de tecnologia baseada em centros de aprendizagem, etc.)
Para os estudantes sem deficiência:
Ø Têm acesso a uma gama mais ampla de modelos de papel social, atividades de aprendizagem e redes sociais;
Ø Desenvolvem, em escala crescente, o conforto, a confiança e a compreensão da diversidade individual deles e de outras pessoas;
Ø Demonstram crescente responsabilidade e crescente aprendizagem através do ensino entre os alunos;
Ø Estão melhor preparados para a vida adulta em uma sociedade diversificada através da educação em salas de aula diversificadas;
Ø Recebem apoio instrucional adicional da parte do pessoal da educação comum;
Ø Beneficiam-se da aprendizagem sob condições instrucionais diversificadas.
Não podemos esquecer também que, na vida de qualquer ser humano, sua formação escolar é a preparação para uma vida profissional. E para quem tem uma deficiência também não é diferente. A escola inclusiva tem muito a colaborar com o futuro desses alunos.

Segundo um trecho da famosa Declaração de Salamanca,
“os jovens com necessidades educacionais especiais devem receber ajuda para fazer uma eficaz transição da escola para a vida adulta produtiva. As escolas devem ajudá-los a se tornarem economicamente ativos e prover-lhes as habilidades necessárias no dia-a-dia, oferecendo treinamento em habilidades que respondam às demandas sociais e de comunicação e às expectativas da vida adulta. (…) Estas atividades devem ser executadas com a participação ativa de conselheiros profissionais, agências de colocação, sindicatos, autoridades locais e diferentes serviços e entidades interessadas”.

CRIANDO A HÁBITO DE PESQUISAR


Nessas quatro aulas eu me foquei em passar os conceitos básicos da Educação Inclusiva. O professor, educador, pedagogo, enfim, deve ser um eterno estudioso, ler muito, buscar cursos de formação ou aperfeiçoamento. Assim como qualquer outro profissional, antigamente, fazia-se quatro aos de uma faculdade e, em cima desses quatro anos, construía-se toda uma carreira até aposentar-se. Mas hoje, com um mundo tão dinâmico e  em constante transformações, precisamos estar sempre descobrindo e aprendendo mais.
E com a Educação Inclusiva não tem como ser diferente. De tudo que lhe passei até aqui, este é o PRINCIPAL CONCEITO que quero deixar e irei até destacar:

O professor precisa criar e manter o hábito de pesquisar!


Detalhando… Quando você receber alunos inclusivos, primeiro o acolha em sua sala e comece a conviver com ele, criando laços, descobrindo um ao outro, professor e aluno, o que já é uma pesquisa de campo. Paralelamente, vá ler sobre a deficiência e reais necessidades daquele aluno, procurar orientações de práticas pedagógicas para se trabalhar com ele e toda a turma. Possibilidades são muitas. E hoje as informações nunca estiveram tão disponíveis como antes. E de graça. Além das publicações que devem ter na biblioteca de sua escola, basta você entrar no Google que você achará muito material seguro, no Youtube há milhares de vídeos sobre Educação Inclusiva, práticas pedagógicas inclusivas, casos específicos, por exemplo.
Sabe, eu sempre tive a pesquisa como principal atividade para direcionar toda a minha carreira. E vou lhe mostrar um caso prático.
Recentemente, fiz um levantamento com 94 professores de todas as regiões do Brasil para que eu saiba o que se necessita em termos práticos em Educação Inclusiva e como eu posso criar ações para ajudá-los. Aliás, diga-se de passagem que este curso já é um fruto dessa pesquisa!
Este foi o resultado da primeira questão:
pesquisa
Agora, pegando os dois pontos principais, vou destacar algumas resposta e em seguida mostrar o que estou realizando e planejando a partir delas:
– Lidar e planejar ações pedagógicas inclusivas
  • A visão de educação inclusiva ou de sociedade inclusiva ainda está longe de ser consensual. Visões diferentes e experiências de vida profissional disparem, levam a que seja difícil o planeamento e o relacionamento na equipe.
  • As ações pedagógicas inclusivas são de grande importância para o desenvolvimento e o aperfeiçoamento de um planejamento crucial, não só para educação, como para a vida social da pessoa com deficiência, ações que ainda esbarram com a não aceitação do novo, não só culturalmente, mas enraizado na sociedade, o conceito do incapaz, mas que precisa ser incluído, afinal contribui para economia do país. E como pessoa de direito, com suas limitações sim mas que no seu ritmo aprende como os outros.
  • Com as salas numerosas (35 alunos) muitas vezes me sento impotente por não poder dar a atenção ao PNE, não é a dificuldade de lidar com o aluno e sim a falta de possibilidade de realizar uma proposta inclusiva eficiente.
  • Concretizar ações realmente inclusivas que envolvam todos
  • Desafio em planejar aulas flexibilizadas com metodologias diversificadas.
  • Deparei-me com uma criança surda e, como recém-formada não sabia como encontrar material para passar o assunto àquela criança. Foi desafiador por que eu me propus a procurar uma maneira de inseri-lo nas aulas e com as demais crianças. Fui atrás de fazer cursos de libras e procurei atendê-lo assim como os demais, foi gratificante vê-lo inserido, ao mesmo tempo percebi que precisa buscar, que poderiam vir outros.
  • Na formação de professores deveriam ter mais matérias com esse tema.

– Entrosamento em equipe quando o assunto é Educação Inclusiva
  • Acredito que o maior desafio para a Educação, de um modo geral, é o entrosamento em equipe; pois o termo “deficiência” é relativo a algo “estático, negativo e inferior”. E ainda está muito impregnado, principalmente, numa sociedade capitalista. Porém, para que haja inclusão é preciso haver uma mentalidade inclusiva, pois inclusão refere-se à mudança, movimento, ou seja, Educação Inclusiva é um processo complexo que necessita de reformas educacionais e que conta, ainda, com uma equipe muito pequena.
  • Busco muito aprender muito sobre o assunto, mas entre os próprios professores existe uma barreira, os que têm conhecimento não quer passar a frente.
  • Devido à dificuldade que temos em que professores de turmas que tenham alunos de NEE, pois os mesmos costumam dizer que não tem conhecimento destas situações e que é muito difícil manter/atender estes educandos em turmas ditas “normais”.
  • É muito complicado lidar com todos os profissionais, cada um na sua singularidade e visão crítica, sobre um assunto tão amplo, envolvendo escola, comunidade e sociedade.
  • Há ainda muitas dificuldades nas escolas em relação à inclusão e também falta de responsabilidade por parte dos professores que tem alunos incluídos e por outro lado a equipe diretiva e pedagógica das escolas não fazem uma cobrança.
  • Infelizmente alguns profissionais possuem os discursos prontos que não darão conta, que é difícil, criando uma barreira que é bem complicado quebrar.

Por ser a minha primeira formação em jornalismo, nos anos 1990, fiz algumas especializações em Comunicação Social na Universidade de São Paulo/USP, defendendo que o melhor caminho para a reabilitação e qualidade de vida para as pessoas com deficiência era a produção e veiculação cada vez maior de informações claras e objetivas. Com o tempo levei e comecei a praticar esse conceito de produzir conteúdos na área da Educação Inclusiva.
Com isto, a questão “Lidar e planejar ações pedagógicas inclusivas”, inspirou-me na criação do  


CENTRO DE APOIO AOS PROFESSORES COM ALUNOS INCLUSIVOS – C .A.P.A.I., com mais de 90 textos curtos redigidos em uma linguagem fácil e didática, com dicas práticas, vídeos de apoio, livros e materiais para download, palestras, documentários, perguntas e respostas e cursos grátis.
Com relação à segunda questão, “Entrosamento em equipe quando o assunto é Educação Inclusiva”, confesso que não encontrei nada sobre o assunto. Então iniciei uma nova linha de pesquisa e começarei a escrever uma série de artigos sobre isto que em breve estarão no C.A.P.AI. Assim como estes tópicos e serão novas unidades no site:
  • O QUE É PEDAGOGIA DIFERENCIADA
  • AVALIAÇÕES DE ALUNOS INCLUSIVOS
  • A LEI DA COMPENSAÇÃO DE VYGOTSKY

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